O jogo das diferenças
- Natalia D'Abreu Alvarez
- 31 de ago. de 2022
- 2 min de leitura

Muitas pessoas cruzam nossas vidas diariamente, seja no shopping, no balcão de uma confeitaria, no centro da cidade... e cada uma delas carrega consigo uma história. São milhares de histórias que se cruzam a todo o instante, mas parece que cada vez menos buscamos olhar para o lado, e saber sobre este outro, que está aí bem pertinho... De uma maneira moderna e defensiva, pegamos nossos celulares, fones de ouvidos, e adentramos ainda mais para nossos mundos internos, para evitar o contato visual e o estranhamento de um possível contato físico. Mas porque será que o diferente é tão ameaçador? Talvez porque não o entendemos, ou porque em essência, nos vemos iguais?
Nossos grupos de amigos geralmente são formados por pares que pensam, se vestem e se comportam de forma parecida, assim mantemos grupos de iguais e fingimos que a diferença nem existe. Assim controlamos as reações, as relações, e não temos que lidar com as diferenças e tolerá-las. A diversidade, não tem que ser vista como adversidade. Porque tendemos a julgar o diferente, a fazer bullying e excluí-lo, sem nem saber a sua história, suas dores, e sem nem ao menos darmos a oportunidade de ele se apresentar? Ao não entender, apenas negligenciamos. Sentimos e somos afetados cada vez menos. Criamos muralhas de proteção, e assim perdemos nossa naturalidade...
Tudo tem que estar no “script”, na zona conhecida, se não, nos sentimos perdidos e desconfortáveis. Qual o receio do contato? Que tantos pudores nos colocaram e continuamos nos colocando? O desafio de lidar com as diferenças é um exercício diário, e exige uma desconstrução de padrões enraizados, além de uma dose extra de paciência, respeito, flexibilidade e empatia. Vai lá, tente... Olhe para o lado e permita-se entrar em contato.
Comments